domingo, 20 de junho de 2010

CORPO, SUBVERSÃO, ORGANIZAÇÃO.

A estréia dos grupos “Bicho de Porco” e “Trupiniquim” no espaço cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Tereza, RJ nos dias 12 e 19 de junho de 2009, teve forte valor simbólico. De um lado o desejo de fazer um teatro que proporcionasse a descoberta de uma estética “própria”. Do outro lado a eterna busca por profissionalização, união de desejos, interesses e expectativa em torno de uma arte milenar.

Este exercício de liberdade rompeu com fortes amarras num meio onde os artistas se vêem diluídos em objetivos múltiplos, abrindo a ombro uma vereda criativa num momento em que tudo só parece encontrar ressonância quando conivente com as mais sórdidas estratégias comerciais de consumo.

Venceram os artistas que, com seus corpos rebeldes e lúdicos, bailaram frente a um público exigente e formador de opinião. Venceu a produção que, unida numa teia complexa de desejos, juntou forças utilizando de meios autênticos para formar uma equipe fortalecida pelo criar/fazer/acontecer.

Que caminhos tomar? Que frutos poderão ser colhidos desta iniciativa? Como transformar a ousadia em terreno conquistado? Isso só o tempo vai dizer. No momento, cabe a reflexão e a constante vigilância no fato de que teatro é um exercício de repetição, cuidado, ensaio, respeito mútuo e o que para mim é o mais importante de tudo.
BRILHO NOS OLHOS...
O resto é conseqüência.

(Jiddu)

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